domingo, 18 de dezembro de 2011

Telhados...

Da janela do meu quarto, eu contemplo os telhados do quarteirão Tocantins.Quantos gemidos sufocados em lençóis de algodão.
Quanta lagrima confundida, com a água morna do chuveiro.flutuam em bolhas de sabão.
Da janela do meu quarto, eu assisto aos telhados, quase todos de barro.
Com visão de raio xis vasculho todos os espaços.
Telas que brilham diante de olhos opacos, sorrisos raros estranhos afagos.
A solidão travestida em enfado e cansaço.
Sob um desses telhados, eu também pereço e assombro a mim mesmo.
Com a certeza ilusória de que cada dia é um recomeço.
Pensamentos complexos, frases sem sentido.
Transformam os anjos, em vampiros famintos.

sábado, 12 de novembro de 2011

Ira Diária.

Eu estou só no escuro da noite, perdido sombrio de volta ao pó.


Nada faz sentido chuto as pedras do caminho.


Meu amor é só meu ninguém pode dizer que eu não estou feliz,Só porque meus olhos insistem em marcar o meu rosto.


Onde você estava durante a tempestade?


Enquanto o vento arrancava as telhas eu cantava uma canção.

Se você pudesse ouvir iria saber que você não me conhece tão bem assim.


Iria perceber que minha ira, alimenta minha alma.

E pela manha você me veria Andando pelo jardim com passos lentos; tranqüilo, sereno, de volta do pó.






Markus camara. verão de 2011

O dia em que Peter Pan, decidiu crescer...

Sentado na pedra mais alta do jardim de violetas, ele contemplava a floresta ao longe.Estava introspectivo, precisava tomar aquela decisão, há muito pensava em fazê-lo. Mas foi se deixando levar foi levado pela ciranda, depois de certo tempo você se sente confortável se acostuma com a tontura. Mas agora era diferente, precisava mudar as coisas,então se levantou, atravessou o jardim andando lentamente, e entrou em casa.Sentou-se a mesa da cozinha fez uma careta para o suco de laranjas, e tomou café com chocolate, comeu com pouca satisfação uma fatia de bolo de cenoura. Ficou mais um tempo há pensar levantou-se e foi ate o quarto.No corredor de acesso a sala encontrou-se com a mãe. Que o perguntou com um sorriso no rosto já cansado pela luta diária.- bom dia, tomou seu suco de laranjas, ta uma delicia!Ele respondeu sem sequer olhar nos olhos da mãe.- bom dia mãe, eu não gosto de suco de laranjas, tomei café com chocolate.A mãe com o ar de espanto; parou no meio daquele corredor que tinha pouco mais de dois metros, e ficou a observar o filho atravessá-lo. Houve um tempo em que aquele corredor parecia incrivelmente maior. Ele chega à sala, olha as garrafas de bebida no bar ao lado da estante de livros, como não havia percebido tudo aquilo antes. Subiu as escadas para o andar de superior onde ficava seu quarto. Aquela escada, já perdera a conta de quantas vezes a subira, houve um tempo em que ela também parecia muito maior. Agora, ele abre a porta do seu quarto acha tudo meio estranho, pega a coleção de soldadinhos de chumbo sobre a mesa, joga todos numa caixa de papelão sobre eles joga também os gibis e os potes de bolinha de gude. Pega a caixa nos braços, ela parece extremamente leve, desce as escadas de dois em dois degraus, na sala para por um momento, observa as garrafas, os livros, um novo mundo tão perto, atravessa o corredor, entra na cozinha. Sua mãe sentada à mesa só o observa. Ele coloca a caixa sobre o balcão da pia, vira-se para a mãe e diz num tom frio e decidido. Quase uma ordem, quase militar...- dê pro filho da vizinha. Diz isto apontando para a caixa. Antes que a mãe respondesse alcançou a porta dos fundos girou a maçaneta e deteve-se ao ouvir a pergunta da mãe.- onde você vai tão cedo? Ele vira-se para mãe desta vez com um sorriso no rosto, responde.- eu vou cuidar do jardim.A mãe totalmente aterrorizada levanta-se e abre a caixa de papelão. Olha os soldadinhos de chumbo, os gibis, e as bolinhas de gude, o coração apertado no peito, mas ao mesmo tempo feliz, ela fala para si mesma. A partir de agora os dias nunca mais serão os mesmos, afinal, Peter Pan, decidiu crescer...


Markus Câmara. verão de 2011.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Eu confesso meus erros e aceito minhas limiitaçõs e defeitos.
isto;é quase perfeição...

Markus Câmara primavera 2011

O deserto e a tempestade.

Eu que era deserto.

Vivia deserto e incerto.

Ruminando minha aridez.

Devorando meu calor.

Mas eis que de repente.

Contrariando todas as possibilidades.

Veio a tempestade fazendo florir meu Oasis.

Pintando um arco Iris em um céu sem cor.

Mas a tempestade passou.

E então, lembrei de quem eu sou.

Deserto deserto, sem vida mas eterno.

E deserto a tempestade espero.

Markus Câmara. ainda primavera 20011

domingo, 12 de junho de 2011

Canção das 8:45...



os canhões sufocaram a canção.
eu não escuto as batidas do meu próprio coração.
as 8:45 o relógio parou...


pra onde voam as borboletas.
em tempos de guerra não existe Carnaval...

batalhões de estranhos tão iguais a mim.
perdidos no campo distante daqui.
as trincheiras é o nosso abrigo.

eu sinto os meus pés afundarem no chão...
eu conto meus passos, os olhos perdidos no céu.
esperando um avião....

pra onde voam as borboletas.
em tempos de guerra não existe Carnaval...


Markus Camara