Isopor e papelão.
No ninho de isopor e papelão.
Eu faço a canção, mas pra você ouvir vai ter que abrir teu coração.
No ninho de isopor e papelão.
Eu toco meus tambores, pra celebrar mãe áfrica que não quer se calar, terreiros candomblecistas que você me viu dançar.
O pão vale mais que o suor, que escorre do rosto do artista, que alimenta quem cria as leis desta constituição escravagista.
Eu quero ouvir, você me dizer, que eu estou enganado. Os homens que criam as leis não percebem que os basculantes nem sempre estão fechados.
No ninho de isopor e papelão.
Eu faço a oração, a todas as senzalas de madeirite e papelão, tijolos de barro a vista, telhas de amianto, basculantes de observação.
*(poema pela data comemorativa da consciência negra)
Markos Câmara
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